3. O que são créditos de carbono do tipo REDD/REDD+?

Um crédito de carbono equivale a 1 tonelada de CO2e (gás carbônico ou dióxido de carbono equivalente) que foi capturada, conservada ou de alguma forma não foi liberada para a atmosfera em decorrência da implementação de um projeto específico.
Embora cada crédito de carbono represente uma tonelada de CO2e, os créditos de carbono não são iguais em muitos outros aspectos, mesmo dentro da mesma categoria. Os créditos de carbono do tipo REDD/REDD+ vêm da Redução de Emissão de gases de efeito estufa provenientes do Desmatamento e Degradação florestal e estão intimamente ligados com o agressivo avanço do desmatamento sobre as florestas tropicais.

Por que os projetos REDD/REDD+ são tão importantes?

O Brasil possui altas taxas de desmatamento, e no ano de 2021 chegamos a perder uma área equivalente a 13038 km² de floresta nativa, correspondendo a 30% da área do estado do Rio de Janeiro, ou oito vezes o município de São Paulo.
Quando a floresta amazônica é desmatada, são emitidas bombas de gases de efeito estufa para a atmosfera, referentes ao grande estoque de carbono presente nessas áreas.
Segundo dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o setor de Mudança do Uso do Solo e Florestas foi responsável pela emissão de 637 milhões toneladas de CO2e em 2020, o equivalente 38% das emissões do país naquele ano.
A contabilização das emissões por perda de floresta muda o ranking de emissões globais e coloca o Brasil na 4ª posição como um dos países com maior acúmulo de emissões de gases de efeito estufa, considerando desde o ano de 1850 até 2021, perdendo apenas para os Estados Unidos, China e Rússia.
Para conter as altas emissões de GEE vinda da destruição das florestas tropicais, foi criado o REDD no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), em 1992, para incentivar países em desenvolvimento a conservar e a recuperar suas florestas.
Os projetos REDD/REDD+ são desenvolvidos em áreas sob alta pressão de desmatamento, e que geralmente estão muito próximas a outras áreas já desflorestadas, estando sujeitas aos mesmos agentes.
Muitos desses projetos estão no chamado “arco do desmatamento da Amazônia” que é a região onde a fronteira agrícola avança em direção à floresta. São 500 mil km² de terras que vão do leste e sul do Pará em direção oeste, passando por Mato Grosso, Rondônia e Acre.
É por isso que os projetos REDD/REDD+ são tão importantes. Eles garantem a conservação de áreas que seriam desmatadas caso os projetos não existissem.
Ao remunerar esses projetos através dos créditos de carbono, agregamos valor financeiro àquela área conservada. Quanto mais valor agregamos, mais compensa financeiramente manter a floresta de pé. Ou seja, o proprietário daquela terra lucra muito mais com os projetos REDD/REDD+ do que com o desmatamento. Isso se encaixa no conceito de economia regenerativa.
A conservação e recuperação de florestas são benéficas para a diminuição e adaptação à mudança climática, frente a seus efeitos adversos. Ao mesmo tempo, proporcionam benefícios para a conservação da biodiversidade e oferece serviços ecossistêmicos para os povos que vivem na floresta, e também para as populações que vivem nos centros urbanos, como a regulação do clima.

Referências