🌳Afinal, o que são créditos de carbono?

27 de maio de 2020

1 Crédito de Carbono = um certificado digital que prova que uma empresa ou um projeto ambiental (projetos de conservação de florestas, reflorestamento de áreas devastadas, energia limpa, biomassa, etc) evitou a emissão (poluição) de 1 tonelada de CO2 (dióxido de carbono) em um determinado ano.

ALTA CREDIBILIDADE Créditos de carbono são auditados por instituições internacionais e registrados na Verra (uma fundação que regula o registro global monopolista de créditos voluntários), seguindo um rigoroso protocolo global. ETERNOS (ATÉ CONSUMIDOS) Como foram certificados em algum momento no passado, créditos de carbono do mercado voluntário duram para sempre (ou até serem consumidos / cancelados por alguém ou empresa que deseja compensar sua poluição). DIGITAL E DOLARIZADO Os créditos de carbono são ativos intangíveis (semelhantes a pontos de milhagem, marcas, criptomoedas) e, portanto, são certificados digitais. A maioria dos créditos são negociados e cotados em dólares americanos.

CO2 = dióxido de carbono. Na fotossíntese, processo na qual vegetais geram sua glicose (seu alimento), plantas absorvem CO2 do ar e suas células usam a energia solar através de suas folhas para quebrar o CO2 (um átomo de carbono, dois de oxigênio) e a água absorvida pelas suas raízes e folhas (H2O) em átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. As plantas assim geram novas moléculas de glicose (C6H12O6) e as usam para gerar energia para crescerem. Como resultado da fotossíntese, as plantas liberam ao ar O2. Portanto, os vegetais terrestres + algas absorvem CO2 durante o dia e liberam oxigênio (O2).

Qual o problema do desmatamento e queimadas? Ao queimarmos árvores ou matá-las, cortando-as, elas morrem/apodrecem e liberam os átomos de carbono em seus troncos e folhas como CO2 para a atmosfera (além de metano, CH4, um gás 30 vezes mais poluente e causador do efeito estufa que o CO2). Além do mais, a maior parte de nossa economia global funciona a partir da geração de energia queimando combustíveis fósseis, não renováveis (petróleo, carvão, gás natural). Toda essa queima de combustíveis fósseis, que são essencialmente carbono, libera quantidades ENORMES de CO2 para a atmosfera. O CO2 absorve calor do sol na atmosfera, levando ao efeito estufa e ao aquecimento da Terra.

Ou seja: quando há mais CO2 que o normal no ar (e a quantidade de CO2 na atmosfera atual é de 417 ppm vs média histórica de 100-300), o calor dos raios solares é absorvido pela atmosfera, e o planeta fica mais quente. Nossa poluição e o fato de usarmos petróleo e carvão como base de nosso transporte e energia estão aquecendo o planeta e levando a mudanças climáticas drásticas.

Por isso temos que colocar um preço na poluição e na emissão de carbono. Por isso chama-se crédito de carbono! Qual a diferença entre compensar e investir Créditos de carbono funcionam de maneira semelhante a petróleo, ouro ou diamante. Suponha que você queira especular em petróleo ou ouro, mas que não houvesse mercados de commodities para tal (caso dos créditos de carbono e dos diamantes). Se você achar que petróleo ou ouro poderiam subir de valor, mas não houvesse mercado para investir na commodity, você compraria barris de petróleo, ou barras de ouro, ou pedras de diamante, e deixaria em casa, sentaria no sofá e esperaria .

Nem petróleo, nem ouro, nem diamante (e nem créditos de carbono) expiram ou apodrecem. Em tese, você pode mantê-los para sempre em sua casa.

Se você quiser investir nestas commodities, você pode manter em seu quintal (ou cofre) até que subam de valor, e neste momento vender a algum outro investidor ou consumidor (destilaria de gasolina no caso de petróleo, joalheria no caso de ouro e diamantes).

Ou, em tese, você pode consumí-los a qualquer momento. São ativos seus, se você quiser usar o petróleo para fazer gasolina em casa - e souber o que está fazendo com segurança - ou usar o ouro e diamante pra fazer uma joia, você pode. O mesmo conceito se aplica ao crédito de carbono. Você pode comprar e segurar para vender a preços mais altos, OU, (se for uma pessoa ambientalmente consciente) pode, a qualquer momento, consumir parte ou a totalidade de seus créditos para compensar sua própria pegada de carbono (poluição pessoal). Uma vez comprados, os créditos de carbono são seus, você pode consumir a qualquer momento (cancelando-os, quando deixam de existir, assim como o petróleo deixa de existir se você transformar seus barris em gasolina e dirigir seu carro, consumindo-o e "cancelando-o"). Un buon vino São gerados novos créditos de carbono no mercado voluntário todo ano, em safras, igual vinho. Aliás, vinhos são excelente analogia a créditos de carbono (1). Vréditos de carbono são eternos igual a vinho, que duram vários séculos (até alguém abrir e tomar). O mesmo com o crédito de carbono. (2) Assim como vinhos podem ser guardados na adega e abertos e desfrutados daqui a 200 anos, os créditos podem ser digitalmente custodiados na Verra (registro global) e “consumidos” daqui a muitos anos.

Consumir os créditos que alguém detém pessoalmente é opcional. Sempre. Se não quiser ser consciente ambientalmente e não estiver nem aí pro meio ambiente, a pessoa pode segurar e apostar que o preço vai subir, na mesma maneira do mercado de renda variável (na bolsa alguém só ganha via dividendos, ou na esmagadora maioria das vezes, se o preço subir e o detentor vender a alguém neste preço mais alto).

Números para colocar em perspectiva a diferença entre investir e neutralizar/compensar (consumir) créditos de carbono: o brasileiro morador de cidade grande emite na média 2 toneladas de CO2 ao ano. Num segmento de renda mais alto (A/B), de 10 a 20. Se alguém investe R$ 1.800 a R$ 40 por tonelada, compra 45 tons, ou equivalentes a 2-4 anos de poluição pessoal.

Há enormes vantagens de investir em crédito de carbono em relação ao ouro, diamante e petróleo: quando se compra petróleo, o dinheiro está indiretamente financiando ditaduras sanguinárias do Oriente Médio ou Venezuela ou Nigéria. Quando se compra diamantes e ouro, para ditaduras corruptas da África e América Latina. Quando se compra créditos de carbono da Amazônia, por exemplo, seu dinheiro está indo direta e indiretamente para os gestores de projetos de conservação na floresta, projetos de energia limpa e empresas ambientalmente conscientes, e têm impacto social, comunitário e ambiental além da floresta (protege fauna, rios, clima global, etc).

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